quarta-feira, 4 de junho de 2008

Erva-doce

Há momentos serenos e apaziguadores que me doem por sua beleza. Momentos simples e quase perfeitos - mas realmente perfeitos em minha imaginação, que aguarda ansiosa pelo dia em que deixará de ter essa função de me martirizar de saudades. Momentos em que a xícara de chá - tão saboroso - à uma da manhã, na sala vazia e silenciosa, me dói por sua incompletude. Me dói por seu apenas Uma, e não Duas. Duas xícaras. Duas pessoas, apenas, naquele sofá, tomando chá juntas, sem mais nada ansiar. Uma satisfação plena, de quem sabe que a felicidade se infinita naquele espacinho de tempo em que a sala de estar é nossa, e tem cheiro de erva-doce.

À uma da manhã, tomo uma xícara de chá, respirando devagar em companhia da minha própria paciência. Tenho saudade dos momentos não concretizados.